domingo, 20 de setembro de 2009

EMIGRAÇÃO V - Os portugueses no continente Americano


No Brasil

Portugal e o Brasil partilham uma história comum desde o seu descobrimento, em 1500.

Em rigor só se pode falar de imigração portuguesa no Brasil após a Independência deste país em 1822. Diversos estudos revelaram um constante movimento migratório de portugueses para o Brasil desde o século XVI, o qual aumentou no século XVIII. Após a Independência prosseguiu o fluxo migratório, tendo atingido a sua máxima dimensão entre 1901 e 1930. Esta emigração manteve-se muito elevada até finais dos anos 50 do século XX, quando cessou quase completamente.

A partir dos anos 60 o movimento migratório passou a ser do Brasil para Portugal, atingindo a partir do final dos anos 90 valores muito significativos.

O Brasil apresentava-se como um terra de enormes oportunidades para os portugueses, sem os perigos que tinham de enfrentar noutras regiões do mundo. Durante muito tempo, o fluxo migratório para o Brasil, foi de tal forma acentuado que o despovoamento no país foi notório e durante séculos carecemos de mão-de-obra , travando o desenvolvimento nacional. ligada à acção de colonização, e que se traduziu na ocupação durante o século XVI de todo o litoral costeiro, os emigrantes portugueses eram atraídos pela exploração do açúcar, do tabaco e depois do ouro e pedras preciosas.

A emigração não terminou com a independência do Brasil. Os fluxos migratórios eram suscitados pelas necessidades de mão-de-obra em inúmeras actividades, em especial as relacionadas com o comércio, a indústria, mas também com as plantações de café e de algodão. Estas necessidades foram agravadas pelo fim do tráfico de escravos (1850) e depois com a abolição da escravatura (1888). Os imigrantes europeus, incluindo os portugueses, foram substituindo progressivamente a mão-de-obra escrava. No final do século, milhares de emigrantes dirigiam-se também para o Amazonas, onde se iniciou a exploração da borracha.

Com a implantação da República em Portugal, a vaga de emigrantes rumo ao Brasil voltou a aumentar. No entanto, todo o século XX foi marcado pela redução do número de emigrantes para o Brasil. A maioria destes emigrantes era trabalhadores rurais ou pequenos comerciantes, construtores civis ou possuíam profissões domésticas. No geral, tratava – se de pessoas desprovidas de capacidade técnica para a direcção e orientação das grandes tarefas do comércio e da industria. Saíam em famílias completas, com elevada percentagem de mulheres e de crianças, na sua maior parte analfabetas.



Na Venezuela

A presença de portugueses na Venezuela data do século XVI, no entanto a primeira comunidade de portugueses só se fixou no princípio do século XVII.

Filipe II de Espanha permitiu que os cristãos-novos portugueses se estabelecessem nas suas colónias na América, incluindo a Venezuela. No entanto, só no século XX é que esta emigração foi significativa, principalmente nas décadas de quarenta e cinquenta, saíam principalmente da Madeira, e zona Norte de Portugal.

Em 1950 viviam na Venezuela cerca de 10.954 portugueses ( 8% do total da população estrangeira), dedicando-se primeiro à agricultura e depois também ao comércio. Entre os anos 40 e 60 muitos portugueses se refugiaram na Venezuela por motivos políticos.

Actualmente cerca de 70% das padeiras e dos restaurantes, 50% das mercearias são propriedade de portugueses ou dos seus descendentes.

Vivem na Venezuela cerca de 400 mil imigrantes portugueses.


Nos Estados Unidos da América


No século XVII formaram-se as primeiras comunidades de portuguesas nos Estados Unidos e no século XIX, os imigrantes portugueses já estavam espalhados por todo o território norte-americano, concentrando-se em especial nas zonas costeiras, em localidades portuárias onde existiam importantes actividades piscatórias.


A pesca da baleia foi uma das actividades que levou ao longo dos séculos muitos portugueses para os EUA, em particular os açorianos.



A emigração massiva de portugueses para os EUA ocorreu entre 1820 e 1872, quando entraram nos EUA 379.130 imigrantes. A questão que dividia os dois países era a questão colonial.

A emigração portuguesa para os EUA manteve-se muito elevada até ao final dos anos 20. Entre 1901-1910: 69.140 emigrantes; 1911-1920: 89.732; 1921-1930:.30.000 emigrantes . Depois da crise de 1929, foram tomadas medidas muito restritivas contra a emigração. Os candidatos, por exemplo, tinham que saber inglês falado e escrito. O número de emigrantes portugueses desceu entre 1931 e 1950 para cerca de 10.750.

A segunda vaga de emigração, depois do século XIX, ocorreu na sequência da erupção do vulcão dos Capelinhos (1957), na Ilha do Faial, Açores. Os americanos concederam vários vistos para as famílias afectadas pelo vulcão. Entre 1958 e 1965 cerca de 15.000 açorianos do Faial emigraram para os EUA. Este acontecimento provocou uma mudança das leis da emigração deste país.

Calcula-se que em consequência destas, entre 1960 e 1980 cerca de 180.000 portugueses tenham emigrado para os EUA (metade destes emigrantes eram açorianos).

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