
A Economia do século XXI
Durante o século XX fomos habituados a dividir a Economia em 3 sectores; primário, secundário e terciário:
- Agricultura, pescas e indústrias extractivas;
- Indústria
- Serviços
- Indústria
- Serviços
Se no princípio do século XX se afirmasse que por volta do ano 2000 o sector primário não representaria, nos países desenvolvidos, mais de 3% do valor acrescentado e não geraria mais de 3% do emprego, ninguém acreditaria.
Com igual surpresa constatamos que a indústria representa em média, nos países da União Europeia, no princípio do século XX, 18% do valor acrescentado e também cerca 18% do emprego existente.Nos Estados Unidos verifica-se actualmente, com surpresa, que existem 150.000 psicólogos, mais de 100.000 designers e mais de 50.000 manicuras e pedicuras.
O que é uma economia de manicuras e pedicuras? Temos dificuldade em adaptar os nossos raciocínios económicos a uma realidade nova cujos mecanismos compreendemos mal.
Parece-nos assim, no quadro do conhecimento actual, que nos resta avaliar as actividades económicas pelo valor acrescentado que geram e esta avaliação provoca grandes surpresas.
Parece-nos assim, no quadro do conhecimento actual, que nos resta avaliar as actividades económicas pelo valor acrescentado que geram e esta avaliação provoca grandes surpresas.
Em muitos casos uma espectacular actividade económica acaba por gerar um escasso valor acrescentado. Algumas indústrias tidas como grandes exportadoras, quando subtraímos ao valor exportado o total das importações efectuadas, ficamos surpreendidas pelo baixo valor acrescentado.
Também os investimentos devem ser analisados por este prisma. Investimentos que incorporem um elevado valor acrescentado nacional e investimentos com baixo valor acrescentado nacional.
Para mantermos uma sustentabilidade financeira com níveis de segurança razoáveis, é evidente que os indivíduos, as famílias, as empresas, as instituições e o Estado devem, quanto ao nível do endividamento, agir dentro dos limites que o bom senso e o mercado financeiro recomendam a curto, médio e longo prazo. A Balança de Pagamentos e a Balança Comercial merecem o mesmo tipo de cuidados.
Se me endivido para fazer face a despesas correntes estarei a correr riscos elevados a menos que esse endividamento se insira num plano de mudança com objectivos de recuperação a que nos comprometemos. Se me endivido para fazer face a investimentos de retorno assegurado estarei, muito provavelmente, a tomar uma decisão acertada. A dificuldade está em calcular os efeitos indirectos de alguns investimentos, principalmente, no que diz respeito a Infraestruturas.
O investimento na Parque Expo, por parte do Estado, rondou os 450 milhões de contos. Deste investimento recuperaram-se directamente cerca de 300 milhões. Basta passear os olhos naquela zona para perceber que o investimento realizado tem um retorno elevadíssimo. Certamente por razões culturais, os portugueses têm uma fraquíssima capacidade para perspectivar o futuro.
Passamos a vida a remendar o que perspectivamos de forma míope e os remendos não só são mais caros como também causam graves inconvenientes ao nosso normal e desejável desenvolvimentoTomemos como exemplo o tão discutido aeroporto a construir na margem sul do rio Tejo. Na época em que vivemos os Estados pouco mais têm para oferecer do que o espaço estratégico estruturado e acessível.
Um novo aeroporto na margem sul do Tejo enquadra-se numa área vazia com todas as condições para promover um plano de desenvolvimento racional e com largas possessibilidades de expansão. A zona em causa é servida por 3 portos de mar: Lisboa, Setúbal e Sines, sendo Sines um porto de águas profundas.
A zona insere-se numa área de praias magníficas com possibilidade de oferecer às actividades que nela se instalem um aprazível ambiente de trabalho com boas condições climáticas. Uma excelente estrutura de telecomunicações deverá ser considerada. Portugal está em condições de desprezar esta possibilidade que a sua posição geográfica e as suas condições naturais lhe proporcionam?
De projectos megalómanos temos várias experiências na nossa História. Fomos um Império implantado nos 5 continentes. Mas também sabemos que a miopia, o pessimismo, a ignorância consubstanciados na figura do Velho do Restelo reduziram esses grandes projectos a muito pouco.
Os Humanistas Democratas Cristãos consideram que devem ser avaliadas até á exaustão as potencialidades dos grandes projectos. Com espírito aberto e sentido das oportunidades que não podemos perder. Esta análise não pode deixar de ser feita com base no valor acrescentado dos investimentos e no valor acrescentado dos efeitos multiplicadores que os projectos geram.
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