quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Factos, Personalidades, Programas e Partidos Políticos



Em que pensa o comum cidadão na hora de fazer a sua escolha democrática? Há quatro pontos a considerar:

1- Os factos políticos;
2- As personalidades políticas e os seus conselheiros;
3- Os programas políticos;
4- Os partidos políticos.



A realidade é que estes quatro aspectos que os cidadãos têm em conta na hora de escolher em quem votam, se atropelam muitas vezes uns aos outros.


Quando se dá maior destaque e notoriedade aos factos políticos que aos programas, perde-se a essência da democracia e confunde-se o eleitor que, por acreditar nas noticias dadas sobre determinados factos políticos, se ludibria perante a importância dos programas políticos.


Será esta a verdadeira intenção da notoriedade dos factos políticos noticiados sem cessar pela comunicação social: esquecer os programas partidários, de extrema importância para que o eleitor decida qual a politica mais adequada ao país?


Fala-se também muito das personalidades políticas, sobrepondo-as, muitas vezes, aos programas políticos e aos próprios partidos políticos. Num sistema democrático justo em quem se deve votar? No partido e na sua ideologia ou na figura que o representa? Quando falamos de personalidades políticas é importante falar também dos seus conselheiros: Diz-me quem te aconselha e eu te direi quem és!


Quem aconselha? Quem são estes conselheiros? Não é muito provável que uma pessoa bem formada e com mérito politico próprio tenha maus conselheiros. No entanto, também uma personalidade política com pouca relevância, tendo bons conselheiros a seu lado pode realmente angariar muitas simpatias, eleitores e prestar um bom desempenho no seu papel político.


Esta questão acarreta consigo muitas outras dúvidas. Se essa figura política não for a ideal e a representação do partido e do seu programa estiver em causa, devemos penalizar um bom programa político por uma figura politica desadequada? Poderá, contudo, passar-se a situação totalmente contrária: o eleitor decidir votar na figura politica, apesar do partido e do seu programa serem desadequados. Então, que conta mais para o país? Um bom programa eleitoral ou uma figura representativa desse partido cujo carisma e popularidade lhe darão muitos votos?


Os factos são claros: um partido político apresenta os seus programas, a sua história e a sua forma de actuação, já as personalidades politicas e os factos políticos, com maior ou menor credibilidade, apenas devem ser valorizados pelo seu justo valor.


Mas estes factos colocam-nos num dilema: não estará a comunicação social a influenciar de forma errónea os eleitores? A comunicação social vende factos, argumentos e coloca na ribalta personalidades políticas a seu belo prazer. É a sua função vender as histórias e os argumentos que maior sucesso terão no público e esta é uma forma negativa de informar os eleitores, uma vez que a informação que passa para o público pode não ser a mais correcta acerca das questões politicas nacionais. È dado destaque aos factos políticos e às suas personalidades e é esquecida a importante questão dos programas políticos.


Sabemos que cada partido tem os seus militantes certos, mas há uma parte considerável do eleitorado que está disponível. É sobre estes que a luta se trava. Neste caso, sabemos também a importância do mediatismo das personalidades politicas na conquista dos eleitores, a imagem de cada um dos representantes partidários conta muito na hora do sufrágio.


Novamente nesta questão a comunicação social tem a sua responsabilidade. Numa perspectiva capitalista de venda e obtenção de lucro, a comunicação social tende a seguir critérios de valorização extrema da imagem e de quase sonegação dos assuntos importantes de uma campanha politica: a verdadeira e útil discussão de ideias válidas para o país.


Quando os cidadãos se queixam dos partidos e das figuras políticas nacionais devem reflectir sobre a comunicação social que os fabrica e se abstrai de comunicar ideias, políticas, programas, debates e discussões úteis e necessárias ao desenvolvimento do país. As pessoas devem fazer uma reflexão profunda sobre a qualidade da informação que diariamente recebem através da comunicação social e absorver apenas o que é válido, depurando e ignorando a informação de menor utilidade.


Na hora de votar que pensa o eleitor na sua escolha? Na figura, no partido, no programa ou nos factos políticos com os quais somos assombrados em plena época eleitoral? Apesar de tudo a DEMOCRACIA vale a pena!



Platão da Silva

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