Quando a sociedade encara um problema ou uma necessidade esboça também uma alternativa para o resolver. Contudo, ao fazê-lo, o português, de carácter perfeccionista, procura uma alternativa perfeita para a solução que concebeu.
Bem sabemos que o perfeccionismo é inimigo da razoabilidade.
Ao procurar conceber uma solução perfeita para o problema que pretende resolver, o português depara-se com o orçamento disponível que é incompatível com o nível de perfeccionismo que projectou na solução para o seu problema!
As entidades no terreno depressa ultrapassam a solução perfeccionista criada, trucidando as regras, contornando o projecto inicial, moldando-o ao orçamento existente, passando a solução criada a ser o objectivo central e não o problema ou a necessidade que o ditou.
Assim funcionam os portugueses! Esquecemo-nos dos objectivos e tornamos a hipotética solução o verdadeiro objectivo!
Perdemos tempo a tornear questões perfeccionistas transformando a solução no próprio problema a ultrapassar. Assim torna-se complicado progredir!
Podíamos dar como exemplo os Cuidados Continuados em Portugal, um sistema que se requer simples e eficaz mas que as entidades públicas têm conseguido complicar demasiado, ao ponto de se esquecerem do principal objectivo: aliviar os hospitais com camas ocupadas por doentes idosos e com patologias irrecuperáveis ou de recuperação demorada. Mas sobre isso falaremos depois.
Platão da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário